sexta-feira, julho 04, 2008

Defumar

Havia já algum tempo que a Avó tinha saído para combater o crime organizado. Ele estava organizado numa rua mais abaixo da nossa casa. Daí que foi fácil dar com ele, desorganizar aquilo tudo e voltar para o aconchego quentinho da casa. Digo aconchego quentinho pois a Avó tínha-nos deixado a comer a sua já famosa feijoada atómica e estávamos a divertir-nos com os fósforos a brincar ao jogo da BombAntónia. Pois o primeiro a descobrir os efeitos nefastos dos fósforos sobre a feijoada da Avó, foi o António. Ele virou-se para nós e disse:
- Hmmm,... deve dar um efeito altamente, e como a televisão está avariada...
Sem querer deixou cair um fósforo no momento em que ia se libertar de uma certa pressão quando de repente, CAABBBUMMMM... nunca mais vimos o António. Só ficaram as sapatilhas presas no tecto ainda a fumegarem e a famosa estranha nuvem com a forma de um cogumelo mágico. Nós bem o avisamos para fazer aquilo com umas calças de ganga vestidas, mas nãaaooo..., ele queria aventura e olha o resultado. Não percebo é o porquê de os pássaros tombarem todos.
Foi a partir desse acontecimento que surgiu o famoso processo de defumação. Dáva-se feijoada ao porco, ou a outra espécie de animal que andasse pelas redondezas, atirávamos-lhe um fósforo e era ver o belo efeito. Certo era que dava uma trabalheira convencer o porco, mas como Filipe tinha geitinho para os animais, não custava nada. Dava era uma trabalheira danada limpar aquilo tudo, mas... hmmm... que era bem saboroso, era.
Jaime