segunda-feira, janeiro 30, 2006

A Galinha, que era um Galo…

A tarde estava finalmente a chegar ao fim, bem como as limpezas e aproximava-se a hora do jantar. Tinha sido um dia atribulado, ajudando a avó a preparar as doses diárias para os seus clientes. Como sempre, ela aproveitou para tirar uma sonecazinha no seu divã, enquanto nós nos esfolávamos para acabar de cumprir as tarefas de casa. Aquele seu famoso divã que já tinha a sua forma e a sua sombra, de tal forma que parecia estar sempre a olhar para nós. Era de arrepiar os cabelos do Filipe. Podia-se bem ouvir o roncar da avó, com os cães a uivarem a acompanhar. Podia parecer uma educação rude e áspera, mas raramente havia queixumes, ou então era Tommy Lee pelas costas abaixo. Tirava-se uma boa lição disto: “…pau de marmeleiro no chão, é bem melhor que tê-lo a varrer as costas…”.
- Oh vó, afinal o que é para jantar? - Perguntei, já com um concerto desafinado a tocar no estômago.
- Ah,… mas que cara#$#? Quem é que me acordou assim? - Berrava a avó, cuspindo pedaços de broa que ficaram a ruminar na boca durante o sono.
- Foi o Jaime. - Disse o Paulo com dificuldades, pois tinha broa colada na cara toda. ZÁS, e ZÁS. O primeiro ZÁS foi o Tommy Lee a falar-me na cabeça. Não recordo o que me disse. Devo ter adormecido um bocado, talvez passado pelas brasas. Deve ter sido isso, pois sentia a cabeça a arder. O segundo ZÁS foi em direcção do Paulo. Ele atirou-se para o chão, mas só conseguiu acertar com a cara em cheio no pé da avó. Parecia tudo premeditado, mas não creio. Acho que ele não queria acertar no pé da avó. Ainda se escapou do Tommy, mas ficou sem uns bons dentes. Já não teve de se preocupar com o siso.
- Não tinhas nada que me acordar assim dessa maneira, Jaime. Sempre a pensar no jantar. E tu, Paulo, não tens nada que ser bufo. Fica um cheiro pela casa que não se pode. Até parece que morreu um texugo ou outro ser vivo não identificado. Vamos comer coelho que já não tenho tempo para preparar mais nada. Até porque foi o que o meu carro apanhou noutro dia. Já está batido e tudo.
- Não podemos antes comer galinha, avó? - Pergunta o Filipe.
- Agora merecias uma boa porrada, mas fizeste-me lembrar desse velho amigo. Andávamos sempre juntos… Como era bom gozar com ele. Ai que saudades.
Éramos ainda muito pequenos nesse tempo, tínhamos umas recordações vagas. Devia ser por altura das marés vivas quando tudo se passou. Apareceu um galo esplendoroso na casa da avó. A sua crista brilhava de uma maneira que nunca tínhamos visto, mas se calhar era devido a termos colocado uma lâmpada nova à entrada. Mesmo assim ficamos tocados, ou seria dos efeitos secundários do sumo especial da avó, que bebemos ao lanche?
O galo e a avó ficaram muito amigos, mesmo uns verdadeiros compinchas. Era a perfeita simbiose, a avó comia e o galo apanhava os restos todos que saltavam da sua boca.
Só que uma certa noite, tudo mudou. A avó reparou num estranho sinal que pairava nos céus e saiu disparada para o seu carro, mas não reparou que o galo estava empoleirado no tubo de escape a fazer uns ruídos estranhos, no entanto, não desconhecidos. Eram parecidos com os que a Pamela fazia. Acho que devia estar a tentar aliviar alguma pressão. O carro da avó devia estar com problemas. Foi então que a avó arrancou a toda a velocidade e o galo saiu disparado pelo ar. Mais parecia que tinha entalado qualquer coisa no fecho eclair. Acho que ficou com qualquer coisa presa no tudo de escape da avó e que talvez tenha sido mesmo arrancada, pois a partir desse dia o galo começou a ficar diferente, mais parvo. A sua voz já não era a mesma. Parecia um soprano a cantar. E vínhamos a reparar que a sua crista altiva começava a diminuir a “passos vistos”, até que por fim, desapareceu por completo.
- Heee, olha o galo sem crista. Mais parece uma galinha. - Gozava o Filipe dando-lhe pontapés no traseiro. Era o que estava mais á mão. Não percebia este comportamento do Filipe. Tinha lógica era dar outras coisas no traseiro do galo. Afinal, ele tinha asas. Devia ser bem mais fácil de segurar do que as orelhas do Robim. No entanto, este comportamento era salutar. Desviava de nós as atenções da avó. Era bom ter outro bode expiatório. Aiii,… se fosse um bodezito. Nem que fosse só por um dia. Isso é que seria uma festança. Até convidávamos a Pamela e tudo. Afinal, alguém tinha que segurar no bode.
Por fim o galo fartou-se. Não aguentava mais biqueiros do Filipe. Ainda por cima eram de biqueira larga. Fugiu então de casa da avó sem nunca olhar para trás, nem para os lados. Por pouco servia de decoração do asfalto, não fosse o carro conseguir travar a tempo. “Cuidado!! Ai, galinha estúpida!” Passados uns tempos recebemos um postal dele. Tinha subido na vida. Disse que tinha conhecido um tal de Pratavotti, durante as suas aventuras no metro. Cantava ao desafio com o apito da estação. Formaram um grande espectáculo conhecido por Pratavotti and Friends. E foi este o destino do galo que era confundido com uma galinha.
Agora já sabem porque é que a galinha atravessou a estrada. Tudo por causa do escape do carro da avó.

Jaime

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Astrologia

Quando estava bem disposta, a avó sentava-se connosco no terraço e lia-nos as estrelas (mesmo durante o dia) e fazia os mapas astrológicos para todos os netos, e como é início de ano, nada como ter as perspectivas em conta:
Os carneirinhos têm espírito de sacrifício, mas no fundo são todos umas ovelhas negras e aqueles olhos de carneiro mal morto são só manha. Têm a mania que são os maiores, mas são que nem calhaus. Com aquelas vozinhas de carpideira, sempre, mé-mé, mé-mé, morrem cedo de depressão crónica, típica de dona de casa insatisfeita e com os cornos retorcidos…
Os touros são outros que tal, serão sempre cornudos, com ares de mau. Acabam todos por casar com vacas, e isso diz tudo, não? Mas a inteligência não é o seu forte. Como os anteriores andam sempre a ruminar enquanto a mimosa anda no leitinho, e se parecem desconfiar, é: ai-ai que estamos loucas. No futuro vejo a lobotomia.
Depois temos os gémeos, conflituosos e com problemas graves de personalidade e com um único cérebro dividido por dois. São tão confusos que muitas vezes duvidam serem quem são. Têm a mania que são especiais, quando são apenas aberrações. São tão repetitivos que já perdi a vontade de falar deles. Futuro? Não me parece que tenham… mmm, talvez num frasco…
Os caranguejos, só têm caca na cabeça, e lá por isso não têm grande rumo na vida. Gostavam de viver na praia, mas vão viver enfiados na lama. O futuro é levarem com um martelo na cabeça e terem os membros esmagados num acidente nas obras. Na melhor das hipóteses casam com uma sapateira e passam a trabalhar numa marisqueira de luxo. Isto é que é subir na vida, não?
E os leões? ROARRR, ai que medinho. Pensam que vão governar? Vão mas é cortar esse cabelo piolhoso e depois digam qualquer coisa. Lá porque a mulher acha que ficam bonitos nas fotos, não pensem que vão ser modelos. O vosso auspicioso futuro está nas fotos, sim, mas nos pacotes de leite. São os alvos típicos de rapto. Palhaços!
Depois temos os mmmmmm, virgens. Hahahahahahaha, o que eu tenho a dizer sobre eles… hahahahaha, aiiii, coitados… mas no fundo o que há para esses é hahahahahahaha, pobrezinhos… hahahahahahaha, deviam ser comediantes. O maior desejo deles é serem Capricórnios.
Ai e depois temos os balancitas… Sempre com enormes pesos nas costas, sempre com dúvidas. O pesadelo de qualquer mãe ou esposa. O mais certo é acabarem na justiça… só mesmo uma cega para vos aturar. Enfim, a droga há-de ser a vossa perdição…
O típico escorpião é sempre o coitadito que tem a mania da conspiração contra ele: Ai-ai, ai-ai, é só inveja porque eu sei tudo, e que ninguém diga o contrário que eu estouro os meus próprios miolos! Ah, que inteligências raras. Como se alguém se importasse. Contratem um psicólogo a tempo inteiro ou casem com bonecas insufláveis, mas desamparem a loja. Porra!!! São constantemente assassinados por velhotas ou tetraplégicos.
Os sagitários, são uns parvinhos, mas também são os únicos passíveis de ficar ricos e famosos graças à boa sorte. Por outro lado, o mais certo é serem roubados e acabarem na miséria, os restantes morrem quase todos com infecções na bexiga antes de chegar aos 18, portanto aproveitem…
Capricórnios… mé-mé, outra vez, raios partam… olhem, vocês são todos iguais. Não sabem fazer nada direito. Com carinhas ternurentas e larocas, o vosso futuro passa por serem vítimas de sodomia recorrente por um pastor vizinho (ou vários) no meio da natureza, durante a infância. 63,2% viram assassinos psicopatas e morrem baleados depois de sitiados em casa da mamã.
Há gajos e gajas que só têm ar na cabeça, os aquários é só água. Pá, o vosso futuro é simples, com essas cabeças de bolha, vão ser como os virgens, o vosso futuro é na caca dos outros, a obesidade mórbida, ou assassinados por capricórnios.
A memória não é forte dos peixitos, que são tão parvos que passam a vida com medo de morrer por afogamento. Não tomam banho e por isso terão sempre o estigma do mau cheiro. Invariavelmente fazem carreira na recolha do lixo e por fim, acabam como vítimas equivocadas da máfia a boiar num rio poluído qualquer, afogados…
Assim falou a avó...
Paulo

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Grávida de dois minutos

Era noite escura. A lua não queria se mostrar. Ao longe, ouvia-se um par de gatos enamorados a miar. De repente dois tiros de caçadeira de canos serrados. Silêncio… e depois… Toc, toc, toc. Alguém bateu a porta da avozinha.
- Raios, quem será a esta hora? - Resmungou ela. Levantou-se muito devagarinho com um som de dobradiças mal oleadas. Abriu a porta. Era o Zé das Papoilas, mais conhecido pelo Zé Urtigas, mais conhecido por Manel. Ele estava branco como a cal e suava mais que um vegetariano num talho.
- Avozinha, avozinha, tornou a acontecer, Teodoseo Gago Tunas voltou a atacar! - Sem dizer nenhuma palavra, a avozinha dirigiu-se para os quartos dos netos, abriu a porta de rompante e berrou carinhosamente:
- Tá a acordar! Bando de imprestáveis! - O Paulo levantou-se de um pulo só, o Jaime também, mas prendeu a barba no feixo-éclair do saco-cama arrancando alguns pelos da barba e um pouco de pele também e um pouco de carne e um pouco da face esquerda e um pouco da vista e um pouco de cabelo e um pouco de madeira da cama e um pouco de cimento da parede. O Filipe não acordou. A avozinha aproximou-se dele e com o seu potente cajado deu-lhe uma de cima para baixo com tal força que quebrou a barreira do som fazendo um som de trovão, com o seu movimento. Filipe acordou sobressaltado balbuciando: mas Thor, eu já disse que não quero ir ao baile de finalistas contigo...
Os três olharam para a avozinha e ela disse: Teodoseo Gago Tunas voltou a atacar! Paulo começou a chorar, Jaime ainda procurava pedaços da face e Filipe desmaiou. Bem estou a ver que não posso contar com estes imbecis. Vamos Zé, mostra-me onde tudo aconteceu.
Dirigiram-se para o local do crime. Quando lá chegaram, o horror, oh, o horror, sangue por todo o lado, tripas espalhadas, cartazes do último concerto do Emanuel. Os dois gatos estavam mortos.
A avozinha ajoelhou-se dolorosamente e com um dedo torcido pela esclerose múltipla espongiforme curvilínea crónica, molhou no sangue. Levou-o a boca, saboreou, fez um leve gorgolejo, e disse num tom académico: felino do sexo masculino, 2 anos, sangue AB positivo, leve teor de açúcar acima do normal. Mergulhou o dedo na outra poça de sangue e disse: felino do sexo feminino, 1 anos, 7 meses, 3 semanas, 2 dias, 3 horas, 27 minutos e 3 segundos (mais ou menos), sangue A negativo e... Uma certa palidez apoderou-se das suas faces. E sentenciou: estava grávida de dois minutos. O Zé das Papoilas, mais conhecido pelo Zé Urtigas, mais conhecido por Manel exclamou:
- Não fui eu! Eu não engravidei a gata.
- Pois não, respondeu a avozinha, mas foste tu que os mataste, acusou com a ponta do cajado Tommy Lee. Pois agora não me enganas mais! Tu és Teodoseo Gago Tunas!
- Como é descobriste sua velha tonta?
- Além da tua T-Shirt do Teodoseo Gago Tunas, a caçadeira de canos serrados que trazes contigo e também essa pata de gato que tens pendurada no porta-chaves serem suspeitos, o que te denunciou, foi o modo como bateste na minha porta. Nunca gostei e sempre desconfiei dos teus Toc, Toc, Toc.
- Raios, disse o acusado.
- Agora só me resta saber o porquê.
- Nunca o saberás! - E pôs-se em fuga. Iniciou-se então uma longa perseguição, o Teodoseo Gago Tunas era manco, a avozinha era coxa, os paralelos estavam ensopados com sangue e os cartazes do Emanuel voavam por todo o lado. Sem saber para onde fugir escondeu-se na casa da avozinha. Paulo continuava a chorar, o Jaime tinha encontrado 63,0202202 % do rosto e Filipe gemia no seu sono; Ó Thor, que belo martelo que tu tens..., nenhum deles se apercebeu que o perigo morava com eles, que o perigo estava com eles, que o perigo estava no saco-cama do Jaime (Perigo era o nome do crocodilo de estimação do Jaime, mas fica para outra história) e também se encontrava TEODOSEO GAGO TUNAS! Apontou a caçadeira para os três netinhos da avozinha e gritou para a janela:
- Mais um passo que seja e os três fedelhos ficam ventilados no cérebro!
- Rende-te Gago, a casa está cercada, não tens por onde fugir!
- Velha mentirosa! - E espreitou pela janela. Foi um erro grave. A avozinha com uma perícia incrível atirou o Tommy Lee pela porta de entrada, fez 7 tabelas na cozinha, acertou na cabeça do Paulo, vazou uma vista ao Jaime, bateu repetidamente no Filipe que sonhava sempre gemendo: sim martelo, oh sim! Acabando por espetar-se em Teodoseo Gago Tunas. Ele cambaleou, bateu com a cabeça no candeeiro, queimou as mãos no fogão aceso, pisou a armadilha para lobos e caiu no saco-cama onde Perigo se encontrava, ouviu-se um doentio mastigar, ossos a quebrar, arrotar, peidar e triunfantemente, Teodoseo Gago Tunas irrompeu sorridente com um pedaço da cauda de Perigo na boca.
- Nãaaaaaaaaaaaooooo! - gritou Jaime e atirou-se a ele com uma fúria incontrolável, empurrando-o pela porta fora onde a avozinha esperava por ele.
- Eu sei porque mataste aqueles gatos. Porque Teodoseo Gago Tunas é um anagrama de EU NÃO GOSTO DE GATOS.
- Sr. guarda Antunes leve-o.
Assim sendo como já dizia a minha avozinha: podes ser gago ou mudo, mas o teu nome diz tudo.
Filipe

domingo, janeiro 08, 2006

Janeiras

Estávamos em Janeiro, pouco depois do Natal. Parece que tínhamos conseguido sobreviver à festa dada pela avó, tirando o cheiro fétido que permanecia no ar, consequência da libertação do fogo de artifício, estávamos todos prontos para o dia seguinte.
A avó já nos falava deste ritual desde que éramos pequeninos. Lembro-me como se fosse hoje “Desde os meus tempos de infância, que vamos sempre cantar as janeiras de porta em porta. Sabem como é, depois do Natal é preciso juntar mais alguns troquitos para o próximo. E como é habitual as pessoas atiravam dinheiro mal nos ouviam a chegar às suas casas. Nunca percebi a razão de tal sucesso. Se bem me lembro acho que nunca cheguei a pronunciar nada parecido com uma nota de música. Devíamos ser mesmos bons, para as pessoas não nos quererem ouvir.”
Bem, já estávamos ansiosos pelo começo da aventura. A avó reuniu os seus quinhentos netos todos em filinha e começou-nos a marcar com números, para saber quantos éramos. Não doía muito, tirando quando o ferro estava quente. Se bem que depois da primeira marca, já não sentíamos nada. O estranho era que acordávamos todos babados e com os cabelos em pé. Enfim nada de mais.
Lá seguíamos pela rua fora a cantarolar, afastando assim o frio próprio da época “eu vou, eu vou, cantar as Janeiras vou, lá lá lá lá, lá lá lá lá, lá lá, lá lá…”. Sempre atrás da avó, seguindo a sua candeia como se fosse um farol.
- Oh meus netinhos, estou agora a recordar-me de uns dos meus momentos de meninice, bem já no passado, de um episódio que se passou.
“…há muito, muito tempo atrás, nesta mesma rua, apareceram uns homens estranhos, três ao todo, a distribuírem torrões por toda a gente. Nunca tal coisa havia sido vista, logo o sucesso deles era imediato. Eles apresentaram-se como sendo o Belechiorio, o Gasparófio e o Baletezarius. Falavam uma língua estranha, mas entre as cuspidelas lá consegui perceber qualquer coisa. Diziam que andavam à procura de um certo menino, mas que estavam à espera de um sinal vindo dos céus. Eu lá lhes disse qualquer coisa, agora não me lembro bem o que era, a memória já não é o que era, só me lembro de eles estarem sempre a repetir qualquer coisa como “Sí carinho…”. E afastaram-se tão misteriosamente quanto apareceram. Só que um dos homens enrolou-se num dos tapetes que levava ao ombro e acertou-me o passo. Eu já andava a mancar há alguns dias. Devido a tal súbita mudança de equilíbrio, começo a escorregar e vejo a candeia que levava a esvoaçar pelos céus, tipo estrela cadente. Fiquei foi mais perplexa ainda, foi ao ver os três homens a correrem como se houvesse saldos naquele famoso mercado da época, o Corte Espanhol que mais tarde seria comprado pelos Bretões, e seguirem a candeia, bradando aos céus “Venga, conho. Qui és el sinal que nos lhieva al menino!”.
É como vos diz a avozinha “quem da candeia vai atrás, cedo ou tarde encontra o rapaz.”

Jaime