sexta-feira, junho 16, 2006

Deleite em casa da Pam

Estava eu ainda a sufocar com o fumo, quando dei conta que estava em casa da Pamela e que eu não era o Jaime. Fiquei confuso durante algum tempo, chegando a questionar-me se eu não seria o Filipe, mas ao coçar a cabeça, descobri que tinha cabelo e portanto podia ser quem fosse, mas de certeza não era nenhum dos carecas… Por fim, por mais estranho que parecesse tive que admitir: Eu era mesmo eu. Emocionado com a descoberta, deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto ao rever-me como um indivíduo com direitos e deveres para com a sociedade. Pus-me em sentido, com a mão no peito inchado e cantei o hino tal como os meus egrégios avós, honrando os heróis que nos haviam protegido dos espanhóis, expulsado os mouros e combatido os franceses. Homens como o Eusébio, o Figo, o Maradona (este não era português? Ah… ok, então esqueçam esse) e outros tantos de farfalhudos bigodes, como a Padeira de Aljubarrota, Inês de Castro, etc, e digam se não vos dá vontade de chorar, digo jurar, como eu jurei a mim mesmo dedicar a vida a tornar o mundo um lugar melhor… para mim… e como tal, nada como começar por aproveitar, pois já dizia a avozinha (e se não dizia, passei eu a dizer): o azar do Jaime é a sorte do Paulo…
Tinha então acabado de marchar contra os canhões quando a neblina se começa a dissipar, e eis que vejo por entre o espanto, assombro e consternação, o glorioso D. Sebastião… hã??? Sacudo as orelhas para desanuviar a atmosfera e… (AAAAAhhhhaleluia) m…ma…ma…ma…mas… Não era o Bastião! Era a Pamela, qual Lady Godiva montada no seu alazão branco, tal como veio ao mundo, m…ma…ma…ma…mas… maior, tão maior e tão perto de mim que me fartei de deleitar com tal visão, aliás, estava tão perto que me deleitei todo em cima dela…
Entretanto a avó chegou apressadíssima arrastando o Jaime pela orelha para corrigir o seu erro e foi obrigada a dar-lhe tanto com o Tommy Lee nos olhos para ele não ver, que o pôs a chorar, a mim não fez nada, pois como ela dizia muita vez: Não vale a pena chorar depois do leite derramado…
Paulo

quinta-feira, junho 08, 2006

Compras da Pamela

Estava tudo bem em casa, tudo como de costume, nada de pressas nada de confusões. Tirando é claro como já vinha sendo hábito, quer dizer, pelos menos desde alguns segundos atrás, estávamos à espera que a Pamela chegasse das suas já famosas compras de Verão, espreitando pela fechadura da porta de casa da avó aguardando a sua chegada. Pode parecer um costume idiota, e por acaso até tenho que admitir que o era, mas o prémio merecia bem a onda de idiotice que nos atravessava as mentes inferiores das partes baixas do corpo.
Passo então a explicar no que consistia. Basicamente tratava-se de um conceito simples. Só tínhamos que esperar que ela chegasse das compras e de seguida partíamos para a perfeita balbúrdia em casa, estou a falar de um caos total. Tentem imaginar como são os saldos naquelas famosas lojas de conveniência como a Sara, ou mesmo até a Manga. Já imaginaram?..., ok, pois não tem nada a ver com isso, o que fazíamos era bem pior. Neste momento estão vocês a perguntar-se o porquê desta reacção disparatada? Bem…, se não estão, então deveriam estar! Vá lá, eu espero um bocado…,...,…, então?…, já está?..., pronto, eu explico. Tal confusão iria chamar a atenção da avó e como ainda vinha a dormitar pegava num de nós e ia pedir ajuda à Pamela para olhar por ele por uns segundos em sua casa afim de poder acalmar as hostes. Todos nós sabemos que quando a Pamela chega das compras vai logo direitinha experimentar a roupa que acabou de comprar. E o melhor de tudo é que estávamos naquela época do ano em que se usa pouca e curta roupa.
Eis que entretanto ela se aproximava. Mal vimos a sua sombra a surgir começou a zaragata. Eu puxo os cabelos do Filipe, bem, quer dizer, ele disso já tinha pouco por isso só veio pele agarrado às suas mãos. Quase parecia um escalpe. A reacção de dor do Filipe alastrou-se para a parte inferior da perna. O seu pé chutou em cheio os ditos cujos do Paulo. Digamos que o seu reflexo de agonia foi tal que em pleno desespero deu um chuto no Ar, a partir desse dia nunca mais vimos esse neto da avó. O ar já estava cheio de gritos e zurros, mas para atiçar a fogueira, afim de acordar a avó de vez, atiramos os restos do almoço para a lareira. Erro crasso. Labaredas de todas as cores saltaram pela casa, até pareciam que estavam possuídas. A fumaça foi tal que não se via um palmo á frente de um boi. Nisto só ouvimos a avó a berrar e a desatar a correr na nossa direcção.
- Quem começou isto tudo?... e sabem que não adianta mentir!
- Foi… foi, o Jaime avó. Disse o Filipe ainda dorido.
Como não se via nada, a avó teve que atirar o Tommy Lee ás cegas. Elas sempre foram boas em reconhecer as feições das pessoas. Não demorou muito para o cajado conhecer o seu destino. PIMBA, em cheio nas minhas pernas. Nem vi o que me tinha atingido, pois tal era a fumaça.
- Agora anda comigo, vou-te levar à casa da Pamela para ficares de castigo. A avó ao abrir a porta, conseguiu desanuviar um bocado o ar. Mas reparei que eu ainda estava do lado de dentro da casa, ela tinha-se enganado no neto. Era o Paulo que estava a ser arrastado porta fora. Ainda gritei a avisar a avó, mas coincidiu com o estrondo da porta a ser fechada pela corrente de ar.
Bem, é claro que ficamos todos ansiosos de saber o que se tinha passado, mas tivemos que esperar que o Paulo voltasse…

Jaime