Toda a verdade sobre as aranhas
Preparava-me eu para matar a aranhita de estimação do Jaime (uma tarântula velha e desdentada), já com o martelo na mão apontando à sua carinhosa cabecinha peluda, quando chega a Pam e grita: “Iiiiiiiiii, não faças isso!” Ao que eu obviamente perguntei: “Porquê?” Ao que ela respondeu, enquanto me abraçava, e espremia a cara contra os melões: “Então não sabes meu querido?” Fiquei com a cara pouco amassada porque os melões estavam moles (convém dizer que ela trazia dois melões com ela), e então, ainda um pouco sufocado lutando para trazer o nariz à “tona” dos frutos, respondi: “nnnnhnnhanpernnquenh?” (tradução: não, porquê?). Dando a sua gargalhada pateta ao largar-me, disse: “Porque são sinal de dinheiro… quer dizer que trazem fortuna.”, e foi-se embora sem mais, nem porquê. Quanto a mim, fiquei pensativo e cheio de perguntas na cabeça: “Onde fora a Pamela buscar tão grandes melões?”, “Porque há ondas no mar?”, “Porque é que a avozinha é tão esperta e os netos dela tão burros?” e finalmente “Quem matou o Kennedy?”. Estremeci e finalmente sobressaltei-me quando ouço a voz da avó gritando: “Não fui eu!!! Já disse que estava apenas a fazer pipocas para o Osvaldo”. “Hã?”, disse eu, tentando imaginar como ouvira ela os meus pensamentos. Recompondo-me, fiz as outras perguntas que me enchiam a mente: “Avó, porque é que o Jaime faz chichi na cama? E porque é que o Filipe gosta? Porque é que o Berto é careca? O que são satélites geostacionários? É verdade que Plutão pode não ser um planeta? Os extra-terrestres existem? A série Perdidos vai ter um fim decente ou vai ser como os X-Files? Porque é que dizem que as aranhas trazem fortuna se o Homem-Aranha é pobre que nem um sapato roto e e sem sola?”. Fez-silêncio por uns momentos, e depois:
“A mim, meus netos!” – Gritou ela com a sua voz metálica dentro da armadura cibernética ultra-avançada que a tornava no reconhecido: Invencível Homem-de-Ferro. Sem mais, e correndo que nem estúpidos, tropeçando nas carpetes, esbarrando nas paredes e escorregando na própria baba, finalmente estatelamo-nos à sua frente ofegantes, cheios de nódoas negras, mas ávidos por conhecimento.
“Vou esclarecer apenas uma questão hoje: O Homem-Aranha não é pobre como um sapato roto e sem sola, é pobre como um chinelo roto e sem sola, ok? E se o é, é porque é parvo! Com uma mulher daquelas… tsc, tsc… ai se fosse eu, não que eu goste de mulheres…“
“E o Jaime? Ele tem uma aranha?” Interrompi eu. Ela olhou-me curiosa e depois para todos nós. “Todos aqueles que duvidam que o Jaime é parvo levantem o braço…”.
Não é que nem ele levantou? Em compensação levantou a Pamela, mas ela… bem… vocês sabem não é? Dahhhh!
Resumindo as aranhas trazem dinheiro a quem não é parvo como Jaime e o Homem-Aranha, assim falou a avozinha. So let it be written, so let it be done. Ai que belo César dava ela, penso eu, principalmente quando a vejo coçar a barbichinha.
“A mim, meus netos!” – Gritou ela com a sua voz metálica dentro da armadura cibernética ultra-avançada que a tornava no reconhecido: Invencível Homem-de-Ferro. Sem mais, e correndo que nem estúpidos, tropeçando nas carpetes, esbarrando nas paredes e escorregando na própria baba, finalmente estatelamo-nos à sua frente ofegantes, cheios de nódoas negras, mas ávidos por conhecimento.
“Vou esclarecer apenas uma questão hoje: O Homem-Aranha não é pobre como um sapato roto e sem sola, é pobre como um chinelo roto e sem sola, ok? E se o é, é porque é parvo! Com uma mulher daquelas… tsc, tsc… ai se fosse eu, não que eu goste de mulheres…“
“E o Jaime? Ele tem uma aranha?” Interrompi eu. Ela olhou-me curiosa e depois para todos nós. “Todos aqueles que duvidam que o Jaime é parvo levantem o braço…”.
Não é que nem ele levantou? Em compensação levantou a Pamela, mas ela… bem… vocês sabem não é? Dahhhh!
Resumindo as aranhas trazem dinheiro a quem não é parvo como Jaime e o Homem-Aranha, assim falou a avozinha. So let it be written, so let it be done. Ai que belo César dava ela, penso eu, principalmente quando a vejo coçar a barbichinha.
Paulo