sexta-feira, abril 21, 2006

A avó parte de novo

Depois da Messias que iria trazer paz á galáxia, ou não, a netinha da avó, a Carolina, ter vindo ao mundo conforme rezava na profecia e de acordo com as instruções escritas na porta de casa de banho da avó de como o fazer, assim como tão depressa a avó chegou também tinha que partir para as suas já famosas viagens interestelares.
- Bem meus netinhos, e querida bisneta, devo agora partir pois ainda não vi tudo o que havia para ver. Tive que deixar a meio a excursão que ia partir para ver um buraco negro.
- Mas essa coisa não está na sola do seu sapato? Inquiri eu pensando que a avó tinha cometido um lapso. É claro que para meu pesar, estava redondamente enganado. Ainda senti o Paulo a pisar-me as borbulhas dos pés afim de me tentar avisar para tal erro crasso, penso eu. Apesar de que fiquei com a leve impressão que foi simplesmente para divertimento próprio, pois notei um sorrisinho manhoso no canto do lábio. Escusado será dizer que foi uma porcaria do caraças, era só gosma por todo o lado, parecia uma festa de espuma. Mas o aviso já tinha vindo tarde. PAFT, Tommy Lee em acção de novo. Desta vez acertou-me em cheio no estômago, indo o meu pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia, em direcção do Filipe. Por sorte, este conseguiu refugiar-se na babete da Carolina, ainda era grandito.
- Eu já vos falei disso, seus esquecidos!
- Hhhaaa…, acho que já me estou a lembrar.
- Recordo-me agora de qualquer coisa. Mas o seu sapato agora é motivo de excursão, avó? Perguntou o Paulo ainda meio a sorrir.
- Oh seu estúpido, assoaste o nariz com tanta força que o cérebro saiu foi? Andas tão entretido a ver os elefantezinhos cor-de-rosa a voar que nem prestas atenção ás coisas, e depois pimba, eles caem mesmo em cheio na cabeça. Já te disse que deves sair de baixo quando caiem. Nem vale a pena gastar o Tommy Lee nisto, já levaste com elefantes que chegassem. PAFT, em cheio no Filipe. Isto é só para ficarem todos quites.
- E não se esqueçam de fazerem os trabalhos de casa, pois eu vou enviando e-mails. Gritou a avó aos nossos ouvidos, com os seus pulmões todos sendo audível a pelo menos 5.000.000.000… km3. Ups, pensei que já tinha partido, assim também não se esquecem.
E foi então que a avó partiu para a carreira, a acelerar feito doida, para não perder pitada de nada. O fumo que causou foi tanto, que acrescentou mais um buraco na cama do Ozónio. Lá tivemos que arranjar um remendo para o vizinho. Foi assim que o Filipe pegou na babete multicolor da Carolina e ofereceu ao Ozónio para tapar o buraco. Afinal era uma boa acção, os seus animais de estimação sempre tinham comida garantida por alguns dias!
Jaime

terça-feira, abril 04, 2006

Abril, Mentiras Mil

Ora, eu sei, que a Páscoa e o Dia das Mentiras, nada têm em comum, mas houve um ano em que ficaram intrinsecamente ligados, e passo a explicar-vos porquê…
Estávamos nós um dia em casa da avó, à mesa para almoçar quando ela nos serve um magnífico assado. O cheiro era maravilhoso.
- Avózinhaaaaaaaaaaaaaa? Que ave é esta que estamos a comer? – Pergunta o Jaime…
- Isso não é uma ave… - Responde ela.
- Tu é que és uma ave rara! – Tumba! Espetei-lhe logo eu. E alguns dos restantes netos riram-se às despregadas. É que a avó gostava de pregar na parede os netos que se portavam mal. E o Euclínio e o Berto ao rirem, despregaram-se e caíram no caldeirão da sopa a ferver e ficaram a fazer companhia ao João Ratão.
- É coelho… - Responde a avó enjoada. – Por isso, fiquem já a saber que a Páscoa acabou…
- Acabou? – Perguntamos todos
- Sim… Esse gajo, o Coelho da Páscoa, foi a única coisa que me apareceu aqui com ar apetitoso para o almoço, e eu dei-lhe logo uma traulitada com o Tommy Lee e cozinhei-o sem pensar mais no assunto…
- Não acredito que tenha feito isso avozinha… - Diz o Jaime incrédulo.
- Sim, ele nunca podia ter ficado assim tão saboroso. Era velho e duro... – Completo eu…
- Ai Não? Quando comeram o Pai Natal há dois anos também não acreditavam que eu tivesse conseguido eliminar a gordura, e no entanto ficou apetitozérrimo com o recheio que lhe enfiei, e lindo com a maçã na boca…
E perguntam-se vocês onde está a mentira… Pois bem, eu explico. Não foi há dois anos que comemos o Pai Natal. Há dois anos comemos o Rudolph quando ele passou por cá a perguntar se o tínhamos visto…
Ha, ha, ha, ha. Pensavam que eu estava a falar a sério? Mentirinha de 1º de Abril… Nós nunca comemos ninguém… excepto… se tivermos fome, já dizia a avozinha.
Paulo