segunda-feira, julho 25, 2005

Para a Avozinha

Para a velha Avozinha
Dos teus lindos netinhos
Não uses tua bengalinha
Que já estamos partidinhos

Começando pelo mais velho
Que é Paulo, já sabemos
Chega-te pelo joelho
Mas é tudo o que temos

Depois vem o do meio
De seu nome Jaime
Até não ficou feio
Depois de cair do andaime

Por fim vem o mais novo
De seu nome Filipe
É parecido com o avô-ovo
Esmagado por um jipe

Vives num apartamento
Lá em cima com a Pamela
O porteiro é um jumento
Que te rapa a panela

Tens muitas opiniões
Acerca de tudo o que rodeia
Não dizes palavrões
Mas fazes sempre cara feia

Não tens dentes há muito tempo
Nem sabemos como comes
Andas sempre em passo lento
E nunca se sabe onde dormes

Hoje até tens um blog
Escrito pelos teus netinhos
Apesar de pareceres um ogre
Eles saíram todos lindinhos

O mundo para ti é esquisito
Não o compreendes muito bem
Ressonas como um mosquito
E fazes limonada como ninguém.

És uma velha refilona
Estás sempre a criticar
Não passas de uma babona
E estás sempre a arrotar

És uma velha heroína
Pareces um grande íman
Veste o fato pela matina
O teu fato de Bat... err cozinheira

Encontrei este poema num velho caixote (talvez do lixo), quando fui este fim-de-semana fazer faxina em casa da avozinha. Estava com algumas das coisas que ao longo dos anos fomos oferecendo à avozinha, nas ocasiões especiais.
Este foi escrito pela Jomocasilanavia, a netinha ucraniana, pelo Dia da Avó de mil novecentos e troca o passo. Foram tão boas as recordações que ele me trouxe que não resisti em publicá-lo. (em breve colocarei uma digitalização do postal original).
Filipe

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